O ano era 2011. Muita coisa acontecia no Brasil e no mundo, uma série de demandas progressivas eram julgadas de maneira favorável para uma parcela bem discriminada da população brasileira. E eu tava no meio de tudo isso, envolvido até o último fio de cabelo que ainda se agarrava heroicamente na cabeça sem deixar nacos de couro cabeludo enxergarem a luz do sol.
Eu escorria academicismo, referências hiperbólicas, comparativos confusos e uma maravilhosa vontade de criar analogias literárias. Uma salada de confusão mental temperada com uma vontade de criar um Megazord com Saramago, García Marquez e Luiz Fernando Veríssimo.
O auge veio em um texto que eu andei relendo e fiquei um pouco envergonhado por fugir da minha gostosa mania de acumular sarcasmo com auto depreciação, uma mistura que dentro de uma panela de pressão sempre teve como resultado um caldo que cheirava bem embora tivesse um aspecto meio esquisito. Na época fui muito elogiado pela bagunça que fazia uma referência do kitsch que Milan Kundera referenciou em “a insustentável leveza do ser” com alguma coisa que eu não consigo lembrar.
Infelizmente o texto não está mais entre nós, ia linkar aqui pra não sofrer sozinho. Resta a lembrança do melhor comentário que dizia que eu não sabia o que estava escrevendo e que nada ali fazia sentido. Que bom que pelo menos uma pessoa entendeu.